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A Mochila Amarela
O espetáculo 'A Mochila Amarela' integra a pesquisa norteadora da Companhia Apocalítica que estuda as formas espetaculares atuais do teatro narrativo. Desde sua fundação em 2013, a Apocalíptica procura construir um fazer teatral que seja interessante e que possa somar-se à busca por caminhos mais humanos e igualitários através da arte.
Livremente adaptado da obra 'A Bolsa Amarela', da escritora brasileira Lygia Bojunga Nunes, a versão da Cia Apocalíptica narra a história de Paula e seu rito de passagem da infância para a adolescência e o trânsito mais importante entre estes dois pontos, o mais difícil de transpor, a adolescência! E neste pacote, seus medos, vontades e desejos, inseguranças e superações para se afirmar como ser individual no mundo.
A protagonista desta obra, que é considerada uma das melhores e mais célebres, um clássico da literatura infanto-juvenil, é uma garota que, além de enfrentar as questões típicas da sua faixa de idade, sente-se extremamente só, pois é a filha mais nova entre irmãos bem mais velhos. Eles a consideram uma criança, ou seja, alguém sem conhecimento de nada, e não lhe dão atenção alguma, o que a leva a guardar dentro de si mesma três desejos secretos: ser um garoto, seguir a carreira literária e crescer velozmente.
Paula, nossa heroína, desconhece, na verdade, algo fundamental: quem ela realmente é, pois está por um período de transição, no qual já não é mais uma menina, mas também ainda não pode ser considerada uma adolescente.
A partir de um certo momento, a menina ganha uma mochila amarela de sua tia Carmela e, então, passa a guardar em seu interior tudo que se passa em sua alma, suas vontades e expectativas mais intensas. Deste pontos em diante muitos acontecimentos imaginários e concretos, mesclados uns aos outros, passam a ocorrer.
Paula desenvolve o hábito de se corresponder com companheiros invisíveis e fictícios e com a mochila amarela em mãos, ela agora tem onde depositar tudo que se passa em seu íntimo, pois na mochila amarela (uma representação metafórica da intensa vida interior, intelectiva e emocional, que habita a garota) há espaço para tudo, desde alguns galos até uma sombrinha representada por uma personagem feminina… Além de outras tantas narrativas criadas pela protagonista.