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Tributo
TRIBUTO é o terceiro espetáculo adulto da Cia. Apocalíptica, estreou no SESC Rio Preto em março de 2019, tem dramaturgia original e opera em múltiplas linguagens tendo seu mote principal em teatro e musica ao vivo. Sua temática parte da indagação sobre quais seriam as reais consequências de um longo período de severa censura artística no mundo.
Para isso a dramaturgia propõe uma distopia, levemente inspirada na obra “1984” de George Orwell e o estudo do 'fascismo eterno' de Umberto Eco, onde forças extremamente conservadoras subiram ao poder após uma guerra e determinaram que tudo o que não fosse oficial do governo seria proibido e tudo que não é proibido é alienante. Naturalmente células de resistência se estabelecem por toda a nova concepção geopolítica e numa delas 4 guerrilheiros arriscam suas vidas 'hackeando' o sistema de comunicação para transmitir ao mundo uma mensagem de resistência e esperança através de um show de rock.
Por mais crises financeiras que uma nação possa enfrentar existe um segmento econômico que sempre prospera e lucra com o 'fundo do poço': A Industria do Medo. Por isso nosso espetáculo se propõe a fazer um exercício de reflexão sobre o que aconteceria com o mundo caso esses medos atingissem patamares extremos e se isso fizesse forças conservadoras subirem simultaneamente ao poder e se, ao juntarem projetos políticos, lá ficassem por décadas impondo uma severa censura durante esse período. Como esses acontecimentos influenciariam a qualidade de vida das pessoas durante décadas? Como estaria o sentimento de esperança? Como seriam os movimentos de resistência? O que aconteceria com todo registro artístico produzido anteriormente?
E ao refletirmos sobre essas questões nos deparamos com outros questionamentos que exigiram uma resposta cênica, por exemplo, como combater artisticamente um governo que nos oprime? Como nos fazer ouvir? Qual o impacto de uma única apresentação artística na micro e macro sociedades? E ao levarmos a ambientação de nossa obra para uma distopia nós metaforizamos a indústria do medo e trazemos a plateia para ecoar o triste fim da existência.
A companhia Apocalíptica está completando 6 anos de história e desde sua fundação acredita piamente que a função do artista é dialogar, metaforizar e por vezes explicitar as mazelas da realidade com o público e por isso não podemos deixar de elucidar a quantidade de farsas que sequenciam as tragédias para que não corramos o risco de nos vermos numa roda travada que ao invés de seguir o giro só nos traz dor e sofrimento.
O espetáculo teve o apoio do Programa de Qualificação em Artes (projeto Ademar Guerra) com orientações mensais e do Programa Laboratório Cênico do SESC – Rio Preto, que nos proporcionou residências artísticas com: Grupo Magiluth de Pernambuco, Luciana Gayotto da ELT e Lucienne Guedes Fahrer do Teatro da Vertigem além de garantir a estreia do espetáculo na unidade.